quinta-feira, 3 de maio de 2012




Conversando com um Príncipe das Trevas


FALANDO UM POUCO SOBRE EXÚ

O ser humano pratica suas maldades e se diz tentado pelo Diabo. Procede errado na vida e culpa o Capeta pela responsabilidade do ato. O Demo representado por uma imagem horrível e satânica torna-se réu
culpado das más ações não praticadas por ele. Nesse sentido, o Demônio serve de “bode expiatório” para isentar o indivíduo da culpabilidade de seus atos. Essa foi a forma mais fácil encontrada pelo homem a fim de alcançar o perdão de Deus. Para o criador essa fantasia não existe. Deus quando criou o mundo e os seres humanos deu a cada filho dele o livre-arbítrio para optar pelo melhor ou pior caminho, logo, quando uma pessoa age mal, a escolha dessa conduta é somente de quem pratica.

Sem entrar no mérito da questão, o ser humano desenvolve dentro de si mesmo, duas forças, a do bem e a do mal. Haja vista a possibilidade da pessoa ser boa por um lado e má por outro. O culpado da parte má é sempre uma figura folclórica com vários nomes: Diabo, Demônio, Satanás, Capeta, Lúcifer etc. os quais são culpados pelas consequências do ato cometido pelos homens.

Na religião africana e afro-brasileira como o Candomblé, Exu é um Orixá, é um Deus de suma importância e que é louvado antes de todos os outros Deuses, Orixás. Por um outro lado na Umbanda alguns adeptos menos esclarecidos associam erradamente Exu ao Diabo, e não a um Orixá. Na realidade Exu é uma entidade de maior desdobramento entre o mundo dos Deuses e do homens, ele é um Deus e não tem nada haver com o Diabo cristão.

Embora Exu seja assexuado, isto é, não tem sexo, na África, Ele é representado por um montículo de terra em forma de homem acocorado ornado com um falo de tamanho respeitável. Exu é o protetor dinâmico, esperto, inteligente, jovial. Ele é um Deus guardião dos templos religiosos, das casas de moradia e defensor das pessoas. Exu é também mestre em feitiçaria, ele é o agente mágico da Umbanda sabe fazer e desmanchar magia negra. Com os seus poderes espirituais, também, cura doenças, abre os caminhos e melhora a vida de seus aparelhos mediúnicos, quando estes seguem os princípios da Umbanda.

Exu é um ser espiritual de natureza controvertida e indefinida, Ele ajuda mas castiga também mas o Deus pai de outra religião também é assim.

Na Umbanda existe um seguimento de espírito, os Guardiões, Ekurus, que são chamados de Exus, esses espíritos são muito próximos das pessoas e possuem uma importante missão na vida de todos os seres humanos. Eles são infinitos e seus nomes são dos mais variados, Sete Encruzilhadas, Tranca-Ruas, Capa Preta, Caveira, Morcego, Veludo, Calunga, Cigano etc. e eles possuem seus complementares femininos que são chamados de Pombo-Gira cujos nomes também são dos mais variados: Maria das Camélias, Dama da Noite, Maria Mulambo, Maria Padilha, Maria Quitéria, Pombo-Gira Cigana, Sete Saias, etc. Embora se intitulem Exus, na realidade são Eguns esclarecidos em evolução que procuram fazer o bem, são espíritos que já quebraram o ciclo da reencarnação.

Segundo Allan Kardec, partindo do princípio de que o planeta Terra é um mundo de expiações e provas, todas as reencarnações estão sujeitas à expiação, como forma de purgar por suas faltas em vidas anteriores. Não é, pois, o Diabo e nem o Exu, culpados pelos transtornos de uma vida penosa de sofrimentos, dificuldades e obstáculos, que ocorre com os encarnados.


ACONTECEU HOJE NA REUNIÃO DE ESTUDOS




Somos seres passíveis de erros e é desta forma que aprendemos a acertar.

Na atividade espiritual devemos estar atentos para não cometer julgamentos e interpretações erradas do que vimos ou ouvimos.

Hoje em reunião de estudo passamos por uma situação, eu até diria inusitada, pelo tipo de trabalho que desenvolvemos.

Nos reunimos como sempre, para trocar ideias sobre o que estamos lendo e sentindo nos nossos trabalhos de captação e por estarmos sem compromisso para atender pessoas estranhas ao grupo é nesse dia que resolvemos dedicar o tempo à nós mesmos.

Porém hoje apareceu um pedido para ser atendido à distancia. 

Um jovem de dezoito anos de idade que está prestes a “deitar para o santo”. Sua tia preocupada com um envolvimento amoroso do sobrinho que estaria induzindo-o a mergulhar num tipo de linha espírita que não seria condizente com a energia do rapaz, veio pedir que tentássemos desviá-lo dessa ideia.

De imediato veio o conselho de guias e mentores de que não nos metessemos onde não havíamos sido chamados, pois essa também não é nossa “linha”.

Assim mesmo nosso dirigente pediu licença para abrir a frequência do rapaz, não no intuito de tentar mudar alguma coisa, mas sim para pedir que fosse clareada a sua mente por alguns momentos para que tivesse ainda a chance de desistir.

Óbvio que veio ao nosso encontro uma entidade de muita força, na forma característica daqueles que trabalham nas trevas, mas  dizendo que já haviam recebido pelo trabalho e uma vez que tinham sido bem pagos não havia chance de desistir.

Se apresentou com uma aparência deformada, característica daquele tipo de entidade, numa maneira de se identificar. Deixou o médium com braços e mãos retorcidos e olhos revirados.

Tentou nos amedrontar, porém o recebemos com respeito pelo seu trabalho e pela sua capacidade energética e aos poucos foi ajeitando o corpo e pudemos conversar.

Se fez conhecer para mim e me arguiu se eu não o teria chamado em causa própria. (Explico: já frequentei um terreiro de candomblé e abandonei as atividades de forma intempestiva deixando de lado todos meus assentamentos). Aproveitei para pedir “ maleme” ( perdão) pelo rapaz e por mim.

Diante da forma que foi recebido se tornou educado, mudou seu aspecto e fez da nossa reunião de estudo uma verdadeira aula prática de como Deus usa seus filhos para atingir as cidadelas do mundo inferior e inocular dose homeopática da sua luz.

Estávamos diante de um príncipe da trevas que cedeu aos nossos apelos, que apesar de bem pago, ia conversar com seus comandados, pois admitiu a maldade que estavam fazendo com o rapaz e que deveria ser dado uma chance de escolha.

O que pretendo mostrar é que todos os trabalhadores da seara espiritual se atendidos com respeito e com amor podem se tornar colaboradores do bem.

Infelizmente tenho que atestar que a maldade no coração dos homens com seus pedidos gananciosos de poder sobre objetos e pessoas é que faz proliferar os ambientes trevosos. Se a moeda de troca fosse o amor em vez do sangue de um animal imolado, já teríamos resgatados muitos irmãos destes locais

Existe uma diversidade de crenças para um único Deus que é bondade e amor. O grande problema é como os homens manipulam estas crenças. Na maioria das vezes para conseguir objetos de desejo. Acham que postando joelhos no chão, fazendo oferenda, deitando para o santo vão viver num paraíso cercado pela benesses do mundo material, esquecem que tudo isso acaba quando deixamos a carcaça da matéria inerte em um caixão.

Terminamos a reunião gratos pela experiência vivida e , tenho a certeza, que este contato com uma entidade de tanta energia, marcou a cada um do grupo de uma forma pessoal, pois estamos em graus diferentes na escala de experiências espirituais e mediúnicas.

Assim terminamos a reunião com a certeza de termos agregado mais conhecimentos sobre a amplitude do amor e respeito pelo próximo.




Namastê

Sonia Maria

Um comentário:

  1. Adorei o título do seu post! Bem esclarecedor.
    Os Exus tem uma importante função, eles são a ponte que nos liga ao Orixás, são uma espécie de mensageiros.
    Quanto a ganância dos homens, vemos hoje em dia um consumismo desenfreado, que incentiva essa sede de obter as coisas, muitas vezes a qualquer preço.
    Mas não adianta culpar o diabo por tudo o que acontece, afinal, nós temos o livre-arbítrio, somos responsáveis, sem dúvida.
    Bjos..
    .

    ResponderExcluir